“Segunda-feira dia 07/02, volta às aulas, do nosso ano letivo 2011.”

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Novas Formas de Pensar


Novas formas de Pensar
Prof. Dr. Fredric Michael Litto
Coordenador científico – Escola do Futuro da USP

A velocidade com a qual está tudo em mudança hoje obriga educadores a achar tempo na sala de aula para expor seus alunos a novas formas de pensar que os ajudarão a sobreviver como cidadãos e como profissionais no futuro

Sem dúvida, muitas formas de pensar do passado continuarão válidas no futuro, especialmente aquelas ligadas aos valores humanos, cuja presença na educação terá importância cada vez maior, como contrapeso, na medida em que uma sociedade cada vez mais tecnologicamente orientada exige conhecimentos técnicos.

Estão surgindo, aos poucos, novas ideáis, novas formas de encarar fenômenos ou situações, que facilitam a compreensão, a avaliação e a tomada de decisão que um indivíduo tem de fazer a toda hora.

Por isso, é imprescindível que educadores, em todos os níveis de formação de pessoas, repensem as exigências que fazem aos seus alunos, levando-os a diminuir a qualidade de informação memorizada ( que poderia ser obtida em obras de referência em qualquer momento futuro).

Importante é aumentar sua capacidade de pensar criticamente e de solucionar problemas difíceis na ampla e variada gama das áreas de conhecimento.

Um dos novos e fundamentais conceitos em Educação é o de transparência de local, cuja compreensão se define na oposição entre tranparência e virtualidade.

No primeiro caso, trata-se de algo que está à nossa frente embora não pareça estar (é transparente). Por exemplo, quando acessamos via rede eletrônica um determinado site que supomos estar localizado em determinada cidade ou país, é possível que apenas a moldura da tela esteja no lugar esperado, enquanto o conteúdo principal da tela provém de outro lugar qualquer do planeta.

Para quem está consultando a informação, o local físico do conhecimento é transparente; desde que tenhamos acesso e desde que seja informação boa (correta, válida, atualizada, não-ambígua, e com indicação de como ou onde foi obtida), não importa a questão de como chegou até nós.

Um outro exemplo de transparência é ao fazermos um telefonema de São Paulo a Brasília, se as linhas-tronco diretas estiverem ocupadas, os computadores encaminham o telefonema via outras cidades com menos tráfego ( Curitiba, São João Del Rei, por exemplo). O desvio está lá, mas não o vemos; e não nos importa desde que a ligação seja completada.

Virtualidade, por outro lado, envolve algo que não está à nossa frente, mas parece estar lá. Toda tecnologia ligada à realidade virtual baseia-se nessa abordagem de fornecimento da informação.

Quem já viu cinema holográfico, exemplo sofisticado de virtualidade, sabe que esta técnica promete no futuro, representações espetaculares, com expressão em desenho animado oferecendo maior impacto no espectador que a fotográfica.

Em 1985, numa exposição em Tsukuba, Japão, senti a lança de um guerreiro em desenho animado passar por cima do meu ombro esquerdo; ao mesmo tempo, as imagens fotográficas de outras cenas, embora agradáveis, eram meramente levemente tri-dimensionais.

O que podemos aprender com esses conceitos, e como levar nossos alunos a compreendê-los e a usá-los como ferramenta analítica ao enfrentar qualquer problema ou necessidade de decisão?

Em primeiro lugar, é importante entender o caminho que nos trouxe a informação à nossa frente. No passado, importava distinguir fontes primárias e fontes secundárias da informação, sendo as primeiras mais importantes por estarem mais próximas no tempo ou no espaço do evento original. Hoje, com o cidadão bombardeado constantemente por informações de mídias diferentes, de fontes conhecidas e desconhecidas, é útil saber diferenciar processos transparentes e virtuais para poder atribuir valor àquilo com que nos defrontamos.

Já a transparência de lugar significa que hoje todos os lugares têm, potencialmente igual importância: o cidadão não precisa estar em Nova Iorque, Londres, Paris, Berlim ou Moscou para poder executar trabalho de real destaque. Redes internacionais de computadores permitem a interconexão de qualquer-um a qualquer-um, independente do local.

Parece incrível, mas é verdade que Itu e Quixeramobim podem ser tão importantes quanto as cidades citadas acima, desde que disponibilizem nas redes eletrônicas, informações de interesse para muitas pessoas.

Para as escolas, significa a possibilidade de, em poucos dias , levar oa conhecimento global qualquer inovação em aprendizagem ou ensino. Daqui para frente, as escolas serão categorizadas não pela distância física dos grandes centros metropolitanos, mas pelas inovacões educacionais e pelo sucesso ou não em preparar seus alunos nas novas formas de pensar e de solucionar problemas.

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©2009 Alexandre Fernandes Por Orkut